sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sinal de alerta no MTG

Sinal de alerta no MTG seg, 08/07/13 por Giovani Grizotti |categoria Tradição É possível traçar paralelos entre as manifestações que tomaram conta do país com alguns inconformismos de setores do tradicionalismo com os rumos do MTG. Em pouco meses, foram pelo menos quatro gritos de protesto: primeiro, a entrevista de Luiz Marenco, na qual critica as regras da entidade máxima do gauchismo. O post com a transcrição da entrevista está entre os mais comentados de todo o blog. E a imensa maioria das opiniões é favorável ao cantor. Não foi só. Em abril, tivemos as declarações infelizes do coordenador da 18a Região Tradicionalista Rui Ferreira, que criticou, sem fundamentos, a letra e o ritmo da música “Eu Sou Bagual”, gravada por Joca Martins para enaltecer justamente a cidade onde Ferreira reside. Ficou falando sozinho e foi desautorizado pelos próprio presidente do MTG. O mais grave sinal de alerta, no entanto, surgiu com a fundação da Federação Gaúcha de Laço, sob o argumento de que o movimento não valoriza o esporte campeiro mais praticado no estado. Semanas atrás, os críticos ao MTG ganharam mais uma adesão: a trovadora Tetê Carvalho, barrada por várias vezes em CTGs por festir bombacha e chiripá, publicou um banner no qual defende a vestimenta para as prendas. O título do manifesto: “abaixo o MTG”. Ela, recusou, publicamente, amizade no Facebook com Manoelito Savaris, presidente da CBTG. Já escrevi aqui que o Movimento Tradicionalista Gaúcho é extremamente necessário para estabelecer e fiscalizar regras de modo que o culto à tradição não vire uma bagunça. O atual presidente, Erival Bertolini, tem feito uma boa gestão, mais profissional e, digamos, moderna que as anteriores. Mas se a entidade não se oxigenar, perdará adeptos e ganhará ainda mais oposição. Alguns passos já foram dados: através da interiorização, Bertolini tem procurado estar junto aos seus seguidores. Sob sua gestão, a entidade já permite luzes coloridas e telas de LED nos galpõs de CTGs, antes demonizadas pelos de bota e bombacha. Teve pulso firme e mostrou-se aberto ao diálogo ao defender os rodeios. E sua intervenção foi importante na decisão do governo de cancelar a GTA para o transporte de cavalos. Também teve participação decisiva na peleia contra o deputado paulista, que pretendia limitar os rodeios. Mas o líder máximo dos tradicionalistas precisa, também, dar ouvidos aos descontentes. Será que algumas das duras regras não podem ser flexibilizadas? Porque proibir a bombacha feminina em CTGs? Quem disse que esse traje (adaptado ao corpo feminino) é vestimenta apenas de homem? No segmento dos rodeios, porque não buscar verbas na secretaria do Esporte, para estimular o tiro de laço? Qual o problema em não considerar a competição um desporto? Em função disso, o laço deixará de existir como manifestação cultural? Atenção: esses espaços deixados pelo MTG serão preenchidos, pois o tradicionalismo está em alta. E o MTG, como movimento organizado, precisa acompanhar esse crescimento. Sob o risco de perder espaço para entidades como as de Cléber Vieira, para as quais as bombachas femininas serão, sim, muito bem vindas!

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